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Está tudo rastreado, quase tudo

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*Por Luciano Vacari (14/06/2025)

Há muito tempo o Brasil é cobrado por consumidores de todos os cantos do
mundo, e até mesmo alguns daqui por um sistema que garanta não só o controle
da procedência dos produtos de origem animal e vegetal, mas também a
possibilidade da verificação por parte do comprador da procedência, e isso
vale até mesmo para os insumos.

Na carne bovina, por exemplo, temos a União Europeia que cobra do Brasil a
rastreabilidade individual dos animais. Outro exemplo, é a China, que
segundo as regras do acordo sanitário entre os países, sim, nos cobra a
rastreabilidade. E como demonstração de que estamos no caminho certo e cada
vez mais amadurecidos, no final de 2024 o governo federal anunciou o PNIB –
Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Búfalos, que prevê que ao final
de 2032 todo o rebanho bovino e bubalino da país esteja rastreado
individualmente desde a origem.

Mas esse movimento de controle da origem vai além da proteína animal bovina,
chega aos suínos, aves, medicamentos e insumos usados durante o processo de
produção. Temos por exemplo através do lote de um medicamento sabermos onde
foi produzido e seu prazo de validade. Isso é garantia de controle e
qualidade para o consumidor.

Nos suínos e aves, modernos e robustos protocolos de segregação permitem
identificar com exatidão os insumos utilizados para aquele ciclo de engorda,
o que dá ao comprador a certeza de que o acordo sanitário foi cumprido,
garantindo assim acesso à todos os mercados mundo afora, dos mais exigentes
aos menos exigentes.

E chegou o momento da rastreabilidade dos defensivos químicos, os insumos
agrícolas!

O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, o MAPA, publicou em 09 de
junho de 2025 a Portaria MAPA nº 805, que institui o Programa Nacional de
Rastreabilidade de Agrotóxicos e afins – PNRA, onde de acordo com seu artigo
1º tem “a finalidade de promover a rastreabilidade de produtos agrotóxicos e
afins em toda a sua cadeia produtiva e logística, garantir os objetivos da
defesa agropecuária, além de subsidiar ações de prevenção a fraudes contra a
saúde pública e às relações de consumo, segurança do alimento e o risco
ambiental e à saúde.”

De início, pode parecer que haverá um aumento no custo da produção dos
insumos, afinal todos terão que comprar e incorporar a tecnologia em suas
embalagens, garantido a leitura e confiabilidade dos dados. Mas por outro
lado, isso dá ao comprador a garantia da qualidade do produto, evita
fraudes, contrabando, contaminação e até mesmo o roubo desses insumos
durante o transporte e até mesmo nas fazendas, o que ano após ano traz um
prejuízo bilionário para os produtores e indústrias.

Porém, como sempre tem um porém, apesar da importância do tema, talvez ele
devesse ser mais discutido. Não que o rastreamento por Identificação por
Radiofrequência – RFID não seja eficaz, longe disso, mas será que é justo
obrigar os fabricantes a utilizar uma única tecnologia? Por que não
homologar várias tecnologias e permitir que o usuário escolha qual melhor se
adequa a seu modelo produção e relação custo x produto?

O tema é tão importante, e ao mesmo tempo tão sensível, que um grupo de
trabalho com as entidades representativas do setor foram convidadas a
participar, e talvez esse seja o melhor caminho mesmo, deixar que os
envolvidos apontem as melhores soluções, com mais tempo e sem pressão.

Precisamos sim rastrear cada vez mais nossos produtos e dar garantias de
nossos controles, a fim não temos absolutamente nada a esconder, pelo
contrário, temos muito o que mostrar. A qualidade dos produtos, a eficiência
dos processos e a boa-fé das intenções.

*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.

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