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Quando alvo é Bolsonaro, falta sempre o crime!

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(Rodrigo Constantino, publicado no jornal Gazeta do Povo em 26 de março de 2024)

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 48 horas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explicar formalmente sua hospedagem na embaixada da Hungria, em Brasília. A estadia ocorreu entre 12 e 14 de fevereiro, dias depois de o ex-mandatário ter o passaporte apreendido. As imagens de Bolsonaro na representação diplomática foram divulgadas nesta segunda-feira (25) pelo jornal norte-americano The New York Times.

Em 8 de fevereiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente entregasse o passaporte à Polícia Federal. A decisão foi tomada no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta trama golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

Bolsonaro não poderia ser preso por autoridades brasileiras, se estivesse dentro da embaixada, que representa legalmente território estrangeiro. A PF deve investigar quais foram as circunstâncias da visita de Bolsonaro à embaixada para verificar se houve tentativa de fuga ou pedido de asilo político, segundo apuração do jornal O Globo.

Especular sobre intenções é sempre algo mais complicado do que analisar ações concretas. E eis o ponto aqui: no caso de Bolsonaro, a “Justiça” está sempre especulando sobre suas intenções, já que seus atos em si não se configuram crime. Ou passar a noite na embaixada é proibido, por acaso?

Bolsonaro é “golpista”, pretendia mobilizar a população para criar um caos e agir para usurpar o poder, sabe-se lá como. É sempre o campo das suposições, do que ele faria, mas nunca do que ele efetivamente fez. É a “futurologia” do sistema, enquanto nos tempos petistas tínhamos fartos crimes cometidos, desvios de bilhões do governo, propinas, “provas sobradas”, como disse um desembargador entre os nove que condenaram Lula.

Bolsonaro seria alvo de ordem de prisão. Para fugir, ele foi para a embaixada da Hungria pois pretendia se proteger. Nem uma coisa (a ordem de prisão) nem a outra (ele fugir da ordem que não teve) aconteceu. Mas ele pode ser preso pelo que aconteceria, segundo especulações. Se isso não é a distopia do filme Minority Report, com Tom Cruise, não sei o que é.

Dormir na embaixada, repito, não é crime. E que tal ter conversas com traficantes na favela dominada pelo crime? Bolsonaro, usando sua “faca de corte rápido”, rebateu quando um jornalista perguntou se era normal pernoitar na embaixada: “Não é normal ir no Complexo do Alemão conversar com traficante”.

Bolsonaro foi acusado de forma leviana pela morte de Marielle. Agora que prenderam os mandantes, gente próxima do PT, ninguém mais fala do assunto. Bolsonaro foi acusado de forma leviana de ter levado os móveis do Palácio do Planalto. Agora que acharam os móveis, ninguém cobra do Lula explicação por ter responsabilizado o ex-presidente.

É tudo muito cansativo. É pura perseguição, e a velha imprensa faz parte, é cúmplice do consórcio PT-STF. Até mesmo se Bolsonaro pedisse asilo político não haveria nada de anormal ou inusitado. A Veja estampou em sua capa na época: “O plano secreto de Lula para evitar a prisão: pedir asilo à Itália e deixar o Brasil”. Só que Lula, como sabemos, participou de crimes de corrupção.

Já Bolsonaro é vítima de perseguição política. Afinal, todos sabem que o sistema podre e carcomido tem um culpado, que é Bolsonaro, faltando apenas o crime. Falta crime e falta “clima”, como confessou um jornalista próximo de ministros supremos. Por isso criam tantas narrativas, tantos factoides, pulam de pretexto em pretexto para desgastar Bolsonaro e preparar o terreno para a eventual prisão. Em regimes de puro arbítrio, o asilo pode ser a única saída mesmo…

 

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